O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), utilizou a tribuna da Casa para se defender das acusações do Ministério Público Federal que incluiu o parlamentar na lista dos que devem ser investigados por suspeita de envolvimento com o escândalo de corrupção na Petrobras. Para o petista, o seu nome foi incluído”devido à pressa de entregar à imprensa nomes que passassem a ter o julgamento sumário que estão tendo até agora”.
No seu discurso, Humberto avaliou que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, atuou como “um ponto fora da curva” no caso em questão. “O Procurador-Geral da República, pasmem os senhores, é o homem mais poderoso da República, porque ele tem o poder de acusar ou de inocentar alguém antes desse alguém ser julgado – porque no Brasil é assim: o nome saiu, é bandido; o nome é citado, é ladrão. E sempre admirei a postura do Dr. Janot porque ele nunca agiu dessa maneira. Portanto, acho que foi um ponto fora da curva neste momento”, disse.
Humberto lembrou que esta é a segunda vez em que é alvo de denúncias sobre corrupção, como no caso da Operação Vampiro, quando acabou inocentado após sofrer um massacre político que o levou, inclusive, a perder uma eleição para o governo de Pernambuco quando possuía todas as chances para ser eleito.
Para Humberto, apesar das 20 páginas que pedem a abertura do inquérito, “não mais que duas delas trazem especificamente as informações que redundaram na abertura do inquérito. A primeira parte dessas informações vem de declarações do Sr. Paulo Roberto Costa, ex-Diretor de Abastecimento da Petrobras, réu confesso, no âmbito da delação premiada que prestou”.
O parlamentar lembra que Costa disse que o dinheiro da propina – no valor de R$ 1 milhão – pertencia “a cota do PP”. Em uma outra delação, o doleiro Alberto Youssef teria negado ter sido o responsável pelos repassses como fora dito por Paulo Roberto Costa.
“No meio desse espetáculo de incoerências e contradições, de conflitos gritantes entre os depoimentos dos dois réus que fulminam completamente essa informação de doação de recursos, parece incrível que alguém tenha encontrado elementos para a abertura de um inquérito. Eu só posso atribuir à tensão que nesses dias os integrantes do Ministério Público viveram. Eu só posso atribuir à pressa de entregar à imprensa nomes que passassem a ter o julgamento sumário que estão tendo até agora”, disse Humberto.