
Morre aos 86 anos, o poeta e jornalista Ferreira Gullar
Morreu neste domingo (4), no Rio de Janeiro, aos 86 anos de idade, o poeta e jornalista maranhense Ferreira Gullar.
Ele escrevia para a “Folha de São Paulo” aos domingos, e desde 2014 fazia parte da Academia Brasileira de Letras, onde têm assento vários pernambucanos, entre eles Marco Maciel, Marcos Vilaça e Geraldo de Holanda Cavalcanti.
Seu artigo deste domingo – o último, portanto, intitula-se “Solidariedade”.
José de Ribamar Ferreira (Ferreira Gullar) nasceu em São Luís no dia 10/91930. Aos 18 anos de idade mostrou vocação para a literatura por influência dos poetas Carlos Drummond de Andrade (mineiro) e Manuel Bandeira (pernambucano).
Em 1964, após a deflagração do golpe militar, filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro e, por sua militância política, teve que se exilar do Brasil.
Morou em Moscou, Santiago, Lima e Buenos Aires antes de voltou ao Brasil em 1977, quando foi preso e torturado. Libertado por pressão internacional, voltou a trabalhar na imprensa do Rio de Janeiro e, depois, como roteirista de televisão.
Foi durante seu exílio em Buenos Aires que Ferreira Gullar escreveu sua obra mais conhecida: “Poema Sujo”. De volta ao Brasil, publicou “Na vertigem do dia” e “Toda Poesia”, livro em que reuniu toda sua produção poética.
Em suas colunas na Folha de São Paulo, Ferreira Gullar não poupava críticas ao ex-presidente Lula e ao Partido dos Trabalhadores, responsabilizando-o pela situação de crise em que Brasil se encontra.